domingo, 30 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

"One Man Show"

"Victor Afonso apresentou, na passada sexta-feira, o seu último álbum "Psicotic Jazz Hall", na Fnac de Coimbra. O músico guardense - artisticamente identificado por Kubik - levou à sala conimbricense sons que partem do jazz para se fundir com electrónica, rock, funk, ritmos do mundo e outros devaneios estilísticos. Foi um concerto de grande intensidade onde o músico evidenciou o seu extraordinário eclectismo. O verdadeiro "one man show".

Jornal O Interior (13/10/2011)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Texto sobre "Psicotic Jazz Hall"

Por Eduardo Sardinha (Jornalista)


Antes de mais, "Psicotic Jazz Hall" é um saco de ratos! Mantém-se nele o saudável saco de gatos de sonoridades, samples, estilos musicais e o que mais, habituais à carreira de Kubik. Mas mais que psicótica, a colagem tem aqui uma fluidez tanto felina como cinematográfica.
Tome-se “Selatius, 17th Century”, pela citação samplada a "Cape Fear" de Martin Scorsese, mas principalmente pelo prumo que mantém de um honky tonk saturado para um funk que redunda nuns Orbital roqueiros, até sair num jazz mais cool. É a mesma linha groove intangível que percorre a maior parte do disco de um ragtime-big beat (“Shina-Kak”) às margens da electronic body music banhadas a glitch (“Psicotic Jazz Hall”), do trip-hop jazzy (“Gerry & Gerry”) ao desenfreado ritmo jazz polvilhado a notas étnicas e techno.
Depois, está-se nisto, a compreender todo o sentido que o olho de vidro de Sammy Davis Jr. fazia no Rat Pack e a interrogar sobre se David Holmes o compreenderia, quando se rompe o saco. A psicose de Kubik inaugura um novo disco à faixa 9 e deixa escapar cinco quase canções. Unidades autónomas e variadas: o rock esquizofrénico passivo de “I Think I Am” saltou do estúdio do super-álbum Ball-Hog or Tugboat? (Mike Watt, 1995), enquanto “Come and See” parece tecno-punk feito para Tim Burton ou “Dema-Gôd”, que ainda arranha o ragga.
Se a tudo isto adicionarmos que, tanto na profusão groove que dá nome ao disco, como nas propostas da segunda parte, Kubik ating uma acessibilidade assinalável, o diagnóstico de Psicotic Jazz Hall só pode ser um: eloquência.

Kubik na Fnac de Coimbra

Kubik na Fnac de Coimbra, 7 de Outubro 2011.
Texto e fotografias: Nuno Ávila ("Santos da Casa", RUC)



Desconfigurar o jazz. No bom sentido! Improvisar. Recriar. Experimentar. Construir uma base sonora que serve de almofada. Pegar num todo. Partir em mil pedaços. Juntar várias partes. Se preferirem, samplar. Arte de bem roubar. Aula de corte e costura. Por cima deste ritmo que sai do computador, juntar ora teclas, ora guitarra, ora harmónica ou mesmo xilofone. E voz algumas vezes. Pode à primeira parecer estranho, mas o facto é que o resultado final soa muito bem. Jazz psicótico. Por vezes esquizofrénico. Mas acima de tudo inquietante.

Victor Afonso com "Psicotic Jazz Hall" na bagagem. A mostrar que talento e imaginação estão aqui de mãos dadas. É caso para dizer: até jazz Kubik.

Venham mais noites de música kubika...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011