quinta-feira, 30 de junho de 2011

Crítica ao disco no Diário Digital

Kubik - "Psicotic Jazz Hall" (Ed. TMG)
Por Davide Pinheiro
1 de Julho 2011

"Kubik conclui uma trilogia de dez anos com uma colecção de curtas sonoras que juntas constroem uma narrativa minuciosa e de grande rigor sonoro. Há muito que Kubik (o realizador de sons que dá pelo nome real de Victor Afonso) constrói pontes entre o cinema e a música. E ainda que nunca tenha escrito uma banda sonora oficial, «Psicotic Jazz Hall» representa nova investida num universo imagético virtual cuja narrativa não necessita de argumento.

Seis anos depois de «Metamorphosia» e uma dezena do injustamente esquecido «Oblique Musique», é concluída uma trilogia composta sem pressas e à medida de um compositor diletante que se dispensa da pressão das grandes produções e dos centros nevrálgicos decisores.

Talvez por isso, «Psicotic Jazz Hall» se permita a um detalhe tão infinito e preciso, como o mais preciso dos relógios suiços. Cada audição é uma descoberta permanente de sons que se escondem e a cada uma delas revela-se um novo sentido nesta construção perfeccionista de um puzzle com peças de outros.

Inspirado no quase-homónimo «Psicotic Music Hall», de Pascal Comelade, esta colecção de curtas-metragens musicadas funcionam como um filme em que mais do que realizador, Kubik é um supervisor que pega em fitas antigas e as ressuscita. Se todo o cinema português marginal fosse assim, as críticas à subsidiodependência seriam infundadas."

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